Serra do Rio do Rastro


Resolvi postar esta viagem no mesmo blog da Viagem ao Atacama pois esta é quase uma extensão e uma consequência da primeira. Primeiro porque era nossa vontade (minha e do Mauro) de conhecer a Serra do Rio do Rastro na volta do Atacama mas, já estávamos cansados e resolvemos abreviar a volta. Segundo porque nossos amigos Jackson e Sergio, que conhecemos no Atacama, nos convidaram para ir visitá-los em Jaraguá do Sul, acho que pensaram que não iríamos (rs rs). Seguem os diarios de viagem:

Dia 21/03/2012
Já havia desacostumado do ritual de preparar a moto antes de sair, colocar e fixar as bagagens, GPS, filmadora, tank Bag, almofada, caramba !! Tem mesmo que cumprir o ritual.
Saímos de manhã, bem cedo para evitar o trânsito e foi bom, rapidamente já estávamos na BR116, sem problemas. Resolvemos tomar o café da manhā no Graal de Registro onde chegamos por volta das 10:00 hs. Café tomado, tivemos que fazer um reaperto nos parafusos do painel e faróis da moto do Mauro, toca tirar tudo da mala de ferramentas para achar as chaves Torx, sem estas chaves não se pode fazer qualquer aperto de parafusos nas BMWs. Abastecemos e seguimos até a divisa PR/SC aonde almoçamos e abastecemos novamente. Seguimos adiante e uma hora e meia depois já estávamos em Jaraguá do Sul. O que incomoda mesmo são os pedágios, e tira a luva, paga e recoloca a luva, e o caminhoneiro atrás enchendo o saco, querendo passar por cima, tem gente ruim em todo lugar... Coloquei o endereço do Hotel Mercure no GPS e achamos rapidinho. O Mauro e eu, seguindo a tradição, tomamos uma cervejinha para comemorar a chegada. Liguei para o Jackson e ele e o Sergio já agitaram um churrasquinho para de noite, eba !!! É disso que o véio gosta. A expectativa era grande para reencontrar os amigos que conhecemos lá no Atacama. Não poderia ser diferente, a recepção foi fantástica, churrasco, cerveja, conversa e muita risada. Caiu um chuvão enquanto estávamos no churrasco, depois vimos um trem enorme passar bem ao lado da casa do Jackson e ficamos no leito da ferrovia a poucos centímetros do trem, o maquinista apitou para nos cumprimentar, ensurdecedor.. A sensação foi incrível, ver o trem passar e depois andar naqueles dormentes de madeira assentados há décadas e ainda resistentes. Parece bobagem mas para urbanóides como eu é algo completamente diferente. Uma menção especial a todos da família do Jackson que nos receberam como se fossemos de casa, a D. Maria é uma simpatia de pessoa. Acho que vou voltar mais para Jaraguá, quem mandou convidar.














Dia 22
Consegui dormir um pouco e descansar. Café da manhã tranquilo no hotel, sem pressa de sair. Aguardamos o Jackson ligar para iniciarmos as atividades turísticas do dia, vamos visitar a cidade.  
Visitamos primeiro o Parque Malwee que é patrocinado e mantido pela empresa de mesmo nome. Fabuloso, grandioso, bem cuidado e com uma diversidade enorme de atrativos: lagos, pedalinhos, trilhas, um galpão ENORME com muitas churrasqueiras e mesas e  muito verde. O Mauro viu uns pedalinhos e comentou, o Jackson disse que não sabia como funcionavam e eu expliquei que era só sentar no banquinho, pedalar e ai o pedalinho começava a navegar (rs rs). Haviam também dois restaurantes. Um deles de comida típica alemã, aonde comemos e comemos bem, tudo delicioso e tentador e ainda por cima aquela cerveja de trigo bem gelada. Ai ai ai, dá-lhe academia na volta. Seguimos em direção à Corupá aonde passamos pelo seminário, uma construção interessante de tijolos aparentes, estilo Inglês, vale a pena ver, fica em uma área com muito verde, gramados e jardins bem cuidados, a sensação de tranquilidade e paz é incrível. Ainda, não contentes com o lauto almoço, fomos ver algumas carnes que o Jackson queria comprar no Frigorífico Bosse. Perdição da gula, paraíso dos churrasqueiros, embutidos, carnes temperadas, salsichas, salames e muito mais. Eu jamais poderia morar perto de um lugar destes… Corupá é uma cidadezinha muito agradável e simpática, valeu a pena conhecer. Para finalizar o dia, fomos comer tilápia frita na vizinha cidade de Schroeder, muito bom. Queríamos ter ido visitar o pico de Jaraguá do Sul (sim, também tem um Pico do Jaraguá lá no Sul) e o pico da antena mas como choveu muito na noite anterior, resolvemos não encarar as trilhas de subida. Impressionante como aparecem coisas para ver e para fazer. O Jackson foi maravilhoso (isso pareceu meio estranho) nos acompanhando em tudo, não temos como retribuir da mesma forma.














































Dia 23
O Sergio passou no hotel para nos guiar pelo roteiro de Urubici. Passamos pelo litoral de Sta. Catarina, pela BR101, até chegar em Florianópollis onde pegamos a BR282 rumo a Urubici. Visitamos o morro da Igreja, não vimos nada por causa da neblina, a Pedra Furada estava encoberta pela névoa. Lá no morro da Igreja, apareceu um pequeno cachorro do mato que acredito ser um lôbo Guará Mirim. No caminho de descida, fizemos uma escala na Cascata do Véu da Noiva. Fomos então  para a Serra do Corvo Branco por uma estrada linda, paisagem bucólica, tranqüilidade absoluta, bom para curtir o passeio de moto. Depois a estrada passa a ser de terra até chegar ao inicio da serra. Descemos um pouco para poder ver a paisagem mais adiante, começou a chover então, o Sergio ficou com medo de se molhar e teve que parar em um galpão, o Mauro não queria sujar a moto límpinha, to perdido, olha só meus companheiros de aventura (rs rs). Passamos também na Gruta de Nossa Senhora, uma incrível queda dágua. Chegamos de volta a Urubici molhados e cheios de lama e areia. Abastecemos e seguimos para São Joaquim. A estrada e a paisagem eram lindas, o sol estava se pondo e iluminava as coxilhas de uma forma toda especial, muito bonito. Muitas curvas para o Sergio experimentar e curtir sua F800GS novinha e a sua nova almofada Airhawk, é realmente eficiente, comprovamos novamente nesta viagem e não vi o Sergio reclamando de dores no bumbum (rs), todos curtimos muito esta etapa. Chegamos no Park Hotel em São Joaquim, bem de fronte à praça que sempre vemos nas reportagens de TV quando há neve.  O Hotel é bom, confortável, barato e tem um bom café da manhã, ideal para "viajeros como nosotros". Fomos jantar no restaurante Bosque Pequeno aonde comemos sopa de Capeleti, trutas e 2 garrafas de bom vinho, valeu cada minuto, estava tudo ótimo, boa companhia, ambiente agradável, muita alegria, memorável e inesquecível.













































Dia 24
Saímos de São Joaquim com destino à Serra do Rio do Rastro, outra estrada bonita, é interessante notar na região as cercas de pedras nos campos. Passamos pelo parque eólico e chegamos ao mirante, que pena, a serra estava encoberta pelo nevoeiro, não conseguimos ver nada, ficamos esperando abrir e ficamos brincando com os Quatís e também apareceu um Guará Mirim mas nada de abrir o tempo... Resolvemos então descer e só no meio da serra o tempo abriu e pudemos enfim vislumbrar aquela paisagem maravilhosa, incrível. Fui na frente para estrear meus farois de neblina SW-Motech novos, dá mais segurança e aumenta muito a possibilidade de ser visto por quem vem em sentido contrário. A estrada nem é tão difícil de moto, é só andar com cuidado, como sempre se deve andar de moto. Ao final da descida estávamos maravilhados, se a viagem já tinha valido a pena pelo reencontro dos amigos e pelo que já havíamos visto, agora então estava completa. Mas havia mais ainda por vir, fomos até Laguna e visitamos a Igreja e a Casa de Anita e passamos pelo centro histórico, muito interessante mas acho que a cidade deveria estar mais bem cuidada e preparada, com o potencial turístico que tem, deveria estar melhor. Abastecemos as motos e saímos para a BR101, o Sergio foi com minha moto para experimentar o para-brisa e eu fiquei com a dele. Mais adiante paramos para trocar de moto e o Mauro passou e não nos viu e nós não o vimos também. Pensamos que ele não havia passado, voltamos e nada do Mauro. Achamos então que ele havia passado e resolvemos seguir na BR101. Mais adiante e nada do Mauro, paramos novamente e eu tentei ligar mas caiu na caixa postal, mandei então uma mensagem, já estávamos saindo e o Mauro ligou, "estou aqui no posto da Polícia Rodoviária esperando vocês", ufa!!! Pronto, grupo refeito e seguimos para Itapema aonde queríamos "almojantar" no restaurante que o Sergio havia comentado meses atrás na viagem ao Atacama, o Recanto da Sereia. O restaurante é surpreendente, capricho nos mínimos detalhes, o local é maravilhoso, pé na areia em uma encantadora prainha, inesquecível. Comemos ostras gratinadas e camarões empanados. Havia uma ala de eventos aonde acontecia uma festa de casamento, todo muito chique e arrumado, muito bacana a festa a beira-mar. O bicho interior do Sergio (eu disse bicho) já ia se manifestar quando satisfizemos nossa fome, e de que maneira!!!
Seguimos então um pouco mais adiante e pegamos a Inter Praias, um caminho maravilhoso, paisagens incríveis, paramos algumas vezes para tirar fotos. Mais adiante, o Sergio seguiu para Jaraguá do Sul e nós para Camboriú. Fui em um hotel para ver se haviam quartos e ao parar a moto, abaixei o pézinho que bateu em uma pedra e voltou, eu não percebi e ao tentar apoiar a moto, cadê o pézinho? É claro que com todo aquele peso eu não consegui segurar e acabei soltando a moto no chão para não me machucar. A moto encostou no chão e eu sai fora. Levantei a moto e não havia quebrado nada. Ao final encontramos o hotel Pires, mais conveniente, somente para passar a noite, foi excelente e mais barato. Aos viajantes que precisarem, podem ficar neste hotel, tem ainda garagem fechada para as motos. Tomamos banho (cada um no seu quarto) e fomos dar uma volta e tomar um choppinho. Muita agitação e barulho, aqueles malditos carros com som alto, parecendo verdadeiros trios elétricos. E o repertório então, pagode, sertanejo e sua modalidade universitária (?), affff, nada contra estes estilos. Cadê nossas "otoridades" que nada fazem para coibir este verdadeiro abuso sonoro. A minha vingança é que este pessoal vai ficar quase surdo logo logo.
No final, descobrimos que o bicho ao qual o Jackson se referia na sua brincadeira para nos assustar no Atacama, nada mais era do que o bicho interior do Sergio se manifestando por fome aguda (rs rs).
Sergio, sua atenção foi a de um verdadeiro amigo, coisas que só se fazem a quem se preza muito. Sua foto no corpo da Anita ficou inspiradora…








































































Dia 25
Já na pernada final do retorno, nenhuma surpresa, muita estrada, quase uma repetição da última etapa da viagem ao Atacama. Paramos para um lanche no mesmo Graal de Registro aonde havíamos nos despedido 6 meses antes.
Ao final da viagem, havíamos rodado EXATOS 2000 km, sai com 15465 km e cheguei de volta com 17465 km, incrível !!!

4 comentários:

  1. Olá Wlamir,

    Novamente são muito bons os seus relatos e nos deixam com agua na boca para fazer o mesmo...

    Quam sabe um dia eu consiga realizar estes sonhos...

    Abraço

    Clayton

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    1. Claro que consegue. Mais uma vez, se precisar de algo é só avisar. Abraço, WP.

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  2. Viu, se vocês voltarem a SC visitem as serras dona Francisca em Joinville e a Serra do Corvo Branco entre Uribici e Grão-Pará, São ótimas.

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  3. Alessandro,
    já conhecemos a Serra do Corvo Branco embora não tenhamos descido pois o tempo estava horrível. Vou ver a serra D. Francisca, já haviam me falado sobre ela. Gostei muito também da Serra da Graciosa.
    Obrigado pelas dicas e um abraço.

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